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Interiores

Peças esculturais e décor de interiores

Onde: Curitiba • 04 de Outubro - 2023 | Fotos Créditos nas fotos

Arquiteta e designer de objetos de arte explica como peças decorativas e mobiliários esculturais podem ser incorporados aos projetos residenciais

 

A arte é um elemento poderoso na decoração de interiores, capaz de transformar um ambiente comum em uma ambientação verdadeiramente excepcional. A arquiteta Patricia Miranda, à frente do escritório Raízes Arquitetos, compartilha sua expertise sobre como planejar um ambiente com esculturas e peças decorativas. Além dos projetos de arquitetura de interiores, a profissional aplica seu olhar como designer à criação de objetos e mobiliário decorativo.

 

 

A mesa Equilíbrio, assinada pela arquiteta Patricia Miranda, compõe a sala de estar projetada especialmente para os moradores. A peça, que já foi exibida no 3º Prêmio Liceu de Design em Salvador (BA), em junho de 2000, foi elaborada como um item de um só pé. De madeira laminada prensada e vidro, o desafio foi transformar a base para obter a sustentação necessária. O design teve como referência nomes importantes do século XVIII e XX, como Michael Thonet e Alvar Aalto | Fotos: Patricia Miranda / Cacá Bratke

 

Patrícia afirma que o a beleza do resultado está diretamente ligada à escolha dos itens certos, compatíveis com a personalidade do cliente e em consonância com a estética geral do espaço. "Cada peça deve contar uma história e se integrar ao ambiente de forma orgânica", acrescenta. Em um mundo onde o design de interiores se tornou uma forma de arte por si só, faz sentido planejar os projetos de interiores com cuidado, visão e conhecimento, escolhendo esculturas e peças que revelem todas estas características especiais por meio do décor. Acompanhe as diversas possibilidades e dicas para incorporar esculturas aos projetos de interiores:

 

 

Erros comuns ao planejar um ambiente com peças esculturais

 

Segundo a arquiteta, é fundamental evitar alguns erros comuns que comprometem a estética e a funcionalidade do espaço. A disposição de peças muito grandes ou muito pequenas em relação ao ambiente é um dos maiores equívocos, resultando em um visual desequilibrado. "Sempre considero a escala das peças e o respeito à proporcionalidade", avalia. Ainda de acordo com ela, esses móveis personalizados e as peças esculturais devem revelar sua harmonia com o estilo do décor, uma vez que a mistura aleatória gera um senso de desorganização.

 

 



Resultado do mestrado em poéticas visuais, a arquiteta Patricia Miranda imergiu na concepção das linhas para dar forma à escultura Silêncio. Novamente idealizada a partir da obra de Clarice Lispector, a ideia foi que a peça estivesse em transformação a partir do fluxo de pensamento, onde a observação pode desencadear uma série de reflexões profundas sobre a vida e a existência. Em cada uma das folhas, trechos em baixo-relevo de obras da escritora que fazem menção ao silêncio | Foto: Patricia Miranda

 

 

Projetada pela arquiteta Patricia Miranda, a sala de jantar ganhou destaque com Buffet que foi idealizado por ela para dinamizar e dar leveza ao ambiente. Amplo e composto por madeira (freijó) e laca branca, de altura baixa, seu desejo foi o de não sobrecarregar o ambiente. Outras características interessantes dizem respeito ao jogo de espaços cheios e vazios, com a utilização de portas e nichos e a sustentação com apenas duas estruturas de perfil metálico | Foto: Cacá Bratke

 

A composição adequada é fundamental para o sucesso do design artístico. Patricia destaca que é essencial equilibrar o tamanho, forma e cor das esculturas e peças decorativas com demais elementos do ambiente como móveis e iluminação. "Sem dúvidas, o exercício de incorporar a arte com essa personalização é uma tendência crescente na arquitetura de interiores contemporânea", avalia.

 

 

Como combinar esculturas com outros elementos na decoração?

 

Patricia o caminho para incluir esculturas no décor é respeitar a concordância da peça com o ambiente."Sejam esculturas ou mobiliários, meu propósito é sempre implementar pontos focais em espaços específicos. Por exemplo, uma escultura intrigante pode protagonizar em uma parede vazia", esclarece. No quesito iluminação, a luz deve ser adequada para destacá-las, podendo ser indireta, quando as sombras atrapalham, ou voltada diretamente para o objeto realçado.

 

A escultura Onda, desenhada pela arquiteta Patricia Miranda, foi produzida em cerâmica esmaltada em tom azul. A profissional idealizou uma mistura da presença do mar e a proporção do cheio e vazio. Ao longo da execução da obra a escultura sofreu diversas alterações, uma vez que cada curva que era modificada fazia com que a escultura mudasse constantemente — e sempre ganhasse novas formas mais interessantes | Fotógrafo Gil

 


A escultura Relíquia executada em porcelana pela arquiteta Patricia Miranda, contém palavras em baixo-relevo relacionadas à vida. A peça, cujo conceito leva à disposição de relíquias em um museu, convida as pessoas para uma atitude mais sensível e contemplativa que pode surgir a partir da observação da própria escultura | Foto: Patricia Miranda

 

Material e personalidade

 

A seleção de materiais e texturas desempenha um papel crucial na produção de um ambiente envolvente. Patricia sugere misturar materiais contrastantes para adicionar interesse visual. "Madeira, metal, vidro e cerâmica podem coexistir maravilhosamente, adicionando dimensão à decoração", explicou.

 

 

A cadeira Ginga, criada por Patricia Miranda e Esperança Leria, é fruto de um curso de design do qual as amigas participaram. O mobiliário exala personalidade e foi produzido com madeira laminada prensada que combina imbuia e marfim. Para o projeto, ambas mergulharam em referências de Michael Thonet e Eero Saarinen, combinando sua linha curva única com traços retos | Foto: Patricia Miranda

 

 

O descanso de talher criado pela arquiteta Patricia Miranda é sutil e elegante. Em porcelana, o Talher Folha foi desenhado e concebido a partir de uma relação poética entre a folha sulfite e as curvas do pensamento, a partir das obras literárias de Clarice Lispector. Dessa forma, a peça tece uma conexão entre elementos naturais, como folhas, e o pensamento humano | Foto: Patricia Miranda

 

As esculturas e peças decorativas também devem ser usadas como forma de expressar a personalidade, gostos e interesses dos proprietários. "Cada peça pode contar uma história ou transmitir uma mensagem pessoal. Além, é claro, de ser uma exclusividade, quando pensada para um ambiente específico", finalizou.

 

Confira todas as imagens em nossa galeria!

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