Referências culturais, obras de arte, peças afetivas e memórias pessoais: tudo isso pode ser representado por uma única peça herdada ou garimpada pelo próprio morador. O décor personalizado ganha cada vez mais espaço no mercado de arquitetura e design: mais do que seguir uma tendência ou estilo específico, decorar o ambiente com elementos que refletem a história e personalidade únicas de cada pessoa é a pedida do momento.

Nesse projeto, luzes embutidas, quando ligadas, destacam toda a parede com um gallery wall fotográfico | Projeto de Korman Arquitetos | Foto: Gui Morelli

"Nada melhor do que a arte para mostrar o melhor de nós, não é mesmo? Em função disso, a escolha das peças é muito importante e precisa estar alinhada aos gostos. Quanto mais refletir quem o morador é, mais ele terá uma sensação familiar de bem-estar e pertencimento daquele lugar", afirmam as arquitetas Ieda e Carina Korman, à frente do escritório Korman Arquitetos. Adicionar peças de arte aos ambientes é uma aposta certeira para uma composição valiosa e instigante. Porém, é essencial lembrar que "a primeira impressão é a que fica" e de que é melhor não "lotar" o ambiente com peças artísticas, alerta Ieda.

Na área da lareira, para deixar mais acolhedor, as arquitetas optaram por esculturas de madeira | Projeto de Korman Arquitetos | Foto: Gui Morelli

A profissional ainda enfatiza que "é preciso escolher a arte com sabedoria para combinar harmoniosamente com o restante do espaço. Tudo é permitido, mas nem tudo ficará bom". Na escolha de um décor mais artístico, pinturas, gravuras, fotografias e esculturas podem ser utilizadas como destaque ou complementar o décor por meio de composições criativas. "É importante ter em mente, na hora de selecionar o item, o tamanho e o formato do espaço disponível, pois grandes peças de arte podem saturar um espaço pequeno e peças menores ficam invisíveis em áreas mais extensas", explica Carina.

Para compor o ambiente, a obra de arte do artista plástico Loro Verz trouxe personalidade para a área da leitura, acompanhada de mesinhas laterais de vidro | Projeto de Korman Arquitetos | Foto: Gui Morelli

As profissionais igualmente reforçam que as obras não precisam, necessariamente, ser de algum artista consagrado, pois há muitos nomes novos e talentosos que surgem todos os dias e suas obras se valorizam com o passar do tempo. "Além de que muitas das vezes, o décor escolhido remete muito a peças adquiridas em viagens que nos remetem a memória afetiva. O importante mesmo é que seja uma peça de qualidade", completa Carina.




Escultura solo e pequenas peças agrupadas fazem diferença no décor. Projeto de Korman Arquitetos | Foto: Gui Morelli

Peças assinadas pelo artista e design italiano Piero Fornasetti | Projeto de Korman Arquitetos | Fotos: Divulgação e Gui Morelli

 Dicas para não errar: 

Com muito potencial para explorar, incorporar arte ao décor residencial é uma forte tendência para 2023. Dentro os principais benefícios, as arquitetas pontuam:

· Valorização do espaço: as peças quebram qualquer monotonia do ambiente, de forma a deixá-lo charmoso, sofisticado e aconchegante;

· Valor histórico: são peças únicas que nunca sairão de moda e estão ligadas às técnicas e movimentos artísticos;

· Efeitos visuais: adicionam movimento, descontração e equilíbrio, quando bem escolhidas;

· Personalidade: a arte escolhida é uma expressão pessoal do morador.

Para um melhor entendimento e escolha, as arquitetas também pontuam mais algumas dicas:

· Cozinha: considere a temática gastronômica e o estilo arquitetônico da cozinha na hora de escolher o item: quadros ou gravuras vintage são boas pedidas;

· Hall: procure uma peça chamativa e convidativa que possa receber as visitas com sua exibição. Itens recomendados são pinturas, fotografias e esculturas;

· Salas e livings: Criatividade sem medidas! É possível misturar todos os tipos de obras e criar uma exposição particular ou um gallery wall com fotografias, pinturas em óleo e acrílico, artes abstratas e elementos naturais;

· Banheiros: parcimônia com a umidade: empregue peças de materiais resistentes ao vapor, pois quadros podem se perder com o tempo;

· Quartos: ambientes mais íntimos podem reservar peças mais pessoais e afetivas para o morador, de cores e texturas diversas.

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