De herança modernista (movimento arquitetônico que o precedeu) o brutalismo surgiu na década de 1950 no cenário do pós-guerra mundial. A crise demandou que a arquitetura priorizasse soluções funcionais e reduzisse as construções ao essencial, explorando a estética pura dos projetos. As estruturas expostas, sem reboco ou pintura, foram uma grande marca do estilo. Além das vigas, colunas, canos e fios aparentes, linhas simples e volumes maciços também são importantes características do estilo.

O brutalismo como tendência contemporânea de decoração indica um desejo pelo retorno à simplicidade e à forma original das edificações. A combinação entre concreto, madeira, vidros e metais volta com força, porém em texturas mais suaves, combinadas a metais em tons mais quentes e a cores mais frescas. Apesar das diferenças, a essência simplista permanece a mesma. Dos acabamentos aos itens de décor, o estilo pode ser explorado em espaços residenciais, comerciais e até educacionais. Separamos seis projetos de interiores que comprovam a versatilidade da estética brutalista:

No lar

Mais do que de marcar a personalidade do espaço, o brutalismo pode descomplicar o projeto e valorizar a essência das construções mais antigas ao mesmo tempo que diminui o custo da obra. A volta da estética pura traz novidades como o concreto polido e os metais coloridos para modernizar o décor: a arquitetura exposta, quando combinada as peças de design e ao uban jungle, cria uma composição elegante e atemporal.

Projeto: Studio Architetonika Nomad | Foto: Denilson Machado

Projetos comerciais

Concreto, aço, madeira naval e vidro são marcas do estilo brutalista exploradas no projeto desta agência de turismo especializada em destinos exóticos. Além de traduzirem o DNA da marca, os materiais oferecem um bom custo-benefício para a obra. O escritório que assina o projeto, Luiz Volpato Arquitetura, destaca que o desgaste com o uso e o passar do tempo acaba valorizando ainda mais a estética brutalista, fazendo deste estilo um interessante aliado para projetos comerciais.

Projeto: Luiz Volpato Arquitetura l Foto: Celso Pilati

Nas escolas

Que tal aproximar os conceitos arquitetônicos das crianças e adolescentes? Nos projetos escolares o brutalismo cria uma atmosfera descontraída, convidando os alunos a explorar o ambiente escolar. A estética também favorece a produtividade, devido à organização proporcionada pelos elementos aparentes. Para estimular o aprendizado a dica é apostar em pontos de cor, como nesta sala de aula assinada pelo Sum Architecture. O escritório destacou os tons de azul para promover a criatividade e auxiliar nos estudos.

Projeto: Sum Architecture l Foto: Eduardo Macarios

Reformas

Na reforma deste imóvel antigo, convertido em espaço comercial, o método construtivo possibilitou o máximo aproveitamento dos materiais já existentes. As paredes foram descascadas para deixar os tijolos à mostra, aproveitando a própria estrutura como revestimento. Os forros em madeira também foram mantidos, preservando as características originais do edifício da década de 1970. Para arrematar, a arquiteta Alessandra Gandolfi inseriu novos elementos de estética pura, como os blocos de concreto.

Projeto: Alessandra Gandolfi | Foto: Marcelo Stammer

Soluções versáteis

Hoje a tecnologia oferece inúmeras opções de acabamentos que aliam funcionalidade e beleza. Para quem deseja apostar na estética brutalista, uma boa opção são os MDFs. Além da durabilidade do material que o brutalismo pede, são versáteis e podem ser aproveitados em diversos estilos. Neste projeto, o painel e as paredes foram revestidos com o MDF Arinto da Sudati, ele traz a rusticidade do cimento queimado com o toque do minimalismo.

O MDF Arinto da Sudati traz a rusticidade do cimento queimado para qualquer ambiente l Foto: Divulgação

Adaptação

Para um resultado mais leve, é possível explorar a estética brutalista a partir de elementos contemporâneos. Neste projeto assinado pelo escritório Meister & Polese, as arquitetas trazem as referências do estilo pelo viés moderno. Algumas possibilidades são: trilhos dos spots de iluminação e serralheria aparentes, revestimento de tijolinhos, paredes em cimento queimado e mescla de móveis em tons escuros e amadeirados.

Projeto: Meister & Polese l Foto: Matheus Kaplun