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Arquitetura

Quando a Arquitetura dá errado

Onde: • 01 de Abril - 2025 |

Conheça obras que ficaram famosas não por sua beleza, mas por falhas estruturais, problemas estéticos, legais ou até pela recepção negativa do público

Nem toda grande obra arquitetônica é sinônimo de sucesso. Alguns edifícios, mesmo assinados por nomes renomados ou erguidos com altas expectativas, acabaram ganhando destaque por motivos nada desejados: falhas estruturais, problemas estéticos, entraves legais ou simplesmente pela recepção negativa do público. De janelas que despencam a prédios inacabados, essas construções mostram que, quando forma e função não caminham juntas, o resultado pode ser desastroso — e inesquecível.

 

 

Suíte Vollard (Curitiba, 2004)


Inaugurado em 16 de dezembro de 2004, o edifício foi o primeiro prédio giratório do mundo. Cada um dos 11 andares tem a capacidade de girar 360 graus de forma independente. Apesar de sua inovação arquitetônica, o Suíte Vollard, projetado pelo arquiteto Bruno de Franco, nunca foi habitado. Inicialmente, o alto valor de venda dos apartamentos, cerca de R$ 300 mil na época, foi um fator impeditivo para a ocupação. Além disso, questões legais envolvendo a extinta construtora Moro, resultaram na penhora do edifício, impedindo sua utilização até hoje.

 

 

Fenchurch Street (Reino Unido, 2014)


A fachada de vidro ligeiramente curvada do edifício, apelidado de walkie talkie devido ao seu formato, reflete a luz do sol em raios concentrados tão fortes que chegam a derreter carros e iniciar incêndios. Foram necessárias modificações para resolver o problema que incluiu cobrir o prédio parcialmente por um tecido protetor.

 

 

 

Vdara Hotel (EUA, 2009)


O mesmo aconteceu com este hotel. Localizado em Las Vegas, o design côncavo e o revestimento de vidro criam um efeito de espelho. O feixe concentrado de raios solares chega a altas temperaturas e quando atinge um ponto único no solo pode causar ferimentos e queimar pessoas.

 

 

 

John Hancock Tower (EUA, 1976)


Em Boston, esse arranha-céu é um clássico da arquitetura moderna — e um exemplo notório de erro estrutural. Logo após sua conclusão, em 1976, as janelas de vidro começaram a se soltar com o vento, despencando nas ruas abaixo e colocando pedestres em risco. O problema exigiu a substituição de todas as 10.344 janelas, transformando o edifício em um marco tanto estético quanto de lições aprendidas na engenharia.

 

 

 

Torre Velasca (Itália, 1958)

 

A edificação, em Milão, é um ícone do brutalismo italiano e alvo frequente de críticas. Com sua forma volumosa e desproporcional, o edifício de 1958 contrasta fortemente com o centro histórico ao seu redor. Para muitos, é um símbolo de ousadia arquitetônica; para outros, um intruso na paisagem clássica da cidade.

 

 

 

Edifício Lotus Riverside (China, 2009)


O prédio residencial de 13 andares tombou completamente de lado antes mesmo de ser ocupado. A construção fazia parte de um condomínio residencial formado por 11 edifícios. O acidente foi atribuído à movimentação de terra e às escavações que estavam sendo realizadas para a construção de uma garagem sob o prédio.

 

 

 

Sede da CCTV (China)


A impressionante construção em Pequim, impressiona por sua forma ousada e tamanho monumental — e não à toa ganhou o apelido de “As Calças Grandes”. Projetado como símbolo de inovação, o edifício abriga estúdios, escritórios e produção de TV, mas enfrenta críticas por seu alto custo de manutenção e impacto negativo no entorno, como, por exemplo, os túneis de vento, que tornam a área ao redor desagradável para os pedestres. Um marco da arquitetura contemporânea que também levanta importantes reflexões sobre funcionalidade e contexto urbano.

 

 

 

Ryugyong Hotel (Coreia do Norte, 1987 – inacabado)


O hotel, em Pyongyang, impressiona pelo tamanho e pela história: com 330 metros e 105 andares, é um dos maiores edifícios inacabados do mundo. Apelidado de “Edifício 105”, sua silhueta piramidal domina a paisagem da capital norte-coreana. Concebido para simbolizar poder e modernidade, consumiu 2% do PIB do país e jamais recebeu um único hóspede. Um ícone da arquitetura monumental que virou símbolo do fracasso de sua própria ambição.

 

 

 

Teatro Nacional da Catalunha (Espanha, 1997)


O teatro em Barcelona chama atenção por sua fachada de vidro e colunas que remetem a templos gregos. No entanto, a estética grandiosa trouxe um problema prático: o superaquecimento interno. A estrutura envidraçada exige um sistema intenso de refrigeração, gerando altos custos e levantando questionamentos sobre a eficiência ambiental do projeto.

 

 

 

Bridgewater Place (Inglaterra, 2007)


O edifício mais alto de Leeds, ganhou fama devido aos perigos causados pelos ventos em sua base, que resultaram em diversos acidentes, incluindo uma morte. Para resolver o problema, foram instaladas barreiras, telas e uma marquise em 2018, num projeto que custou £903.000, aproximadamente 4,9 milhões de reais. As medidas se mostraram eficazes e as restrições de tráfego foram suspensas, transformando o prédio em um exemplo de como arquitetura e segurança precisam andar juntas.

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