O menino e seu jardim
Onde: Curitiba • 24 de Setembro - 2020 |Os traços orgânicos do artista André Coelho combinam intuição e movimento potencializados pelo olhar de sua criança interior
Uma casa de artistas é sempre muito rica em referências visuais, em formas diferentes de ver o mundo, de experimentar a vida, de criar movimento. Este foi o ambiente que o artista visual André Coelho experimentou na infância. E além de todo esse estímulo, existia um jardim. "O meu trabalho foi tendo uma identidade mais forte a partir do momento em que eu comecei a resgatar o meu olhar de criança. A pureza e o frescor que eu tinha lá no jardim da casa dos meus pais”, conta André.
Até consolidar sua carreira artística, ele andou por outras veredas. A mais marcante e duradoura - cerca de sete anos - foi no teatro, como ator. André frequentou o Ateliê de Criação Teatral comandado por Luis Melo e Nena Inoue, o que ampliou largamente sua bagagem artístico-cultural. O desenho, como forma de diálogo consigo e com o mundo, sempre caminhou com André e acabou sendo sua plataforma principal de expressão - para ele, desenhar é quase uma meditação, é estar no aqui-agora. “Sou um artista intuitivo. Comecei a explorar as linhas do meu jardim usando canetas marcadores e canetas nanquim, explorando o preto e o branco. Até que o desenho começou a tomar uma forma humana e criei esse personagem que eu chamo de o homem jardim”.
Inspirado pela beleza do movimento da vida, do cotidiano das pessoas e da natureza, seu trabalho ganhou outra dimensão quando saiu do papel para a parede e conquistou o mercado de arquitetura e design de interiores. “Eu gosto muito de ser desafiado pelo projeto do arquiteto, gosto dessa troca, de estar na casa das pessoas e saber que vou interagir no cotidiano delas. A wall art é viva, permite ainda mais movimento e as pessoas estão interessadas nisso”, finaliza.