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Arquitetura

Macrodrenagem: solução viável para prevenir enchentes

Onde: • 10 de Julho - 2024 |

As recentes enchentes no Rio Grande do Sul levantaram uma questão crucial: seria possível evitar tais desastres com planejamento e infraestrutura adequados?

A macrodrenagem, uma técnica que envolve a gestão de grandes volumes de água superficial, pode ser a chave para prevenir inundações. Sistemas de macrodrenagem incluem soluções e estratégias que transformam o manejo das águas pluviais e garantem a segurança de milhões de pessoas. Seu principal objetivo é prevenir inundações e enchentes, além de melhorar o manejo da água da chuva e de outras fontes superficiais. A macrodrenagem envolve a criação de infraestrutura que direciona, coleta, armazena e eventualmente libera a água de forma controlada, protegendo áreas urbanas e rurais de danos causados pelo excesso de água.

 

O maior projeto de macrodrenagem do Brasil está em Santa Catarina e será aplicado no empreendimento imobiliário Reserva Royal em uma área de 4,3 milhões de m², localizada nos municípios de Tijucas e Porto Belo. O projeto foi elaborado pela Geasa Engenharia, empresa especializada em manejo de águas, que foi contratada pela Verde & Azul Urbanismo.

 

O projeto de macrodrenagem do Reserva Royal privilegia o caminho da água, utilizando um conceito chamado "soluções baseadas na natureza", deixando a água passar por onde já passava e ocupando outros locais do futuro empreendimento. "É um projeto que vai trazer muita água superficial, passando por jardins, para só depois fazer a tradicional drenagem", adianta a diretora da Geasa Engenharia, Beatriz Codas, mestre em Saneamento e especialista em Infraestrutura Verde aplicada ao manejo de água da chuva.

 

Localizado em Tijucas e Porto Belo, o Reserva Royal conta com soluções baseadas na natureza para mitigar cheias em área de 4,3 milhões de m²

 

O projeto conta com diversas estratégias ao longo de todo o desenho urbano, garantindo sustentabilidade, com a manutenção do ciclo hidrológico, e ao mesmo tempo, resiliência, para suportar enchentes ou secas e calor extremo. Tudo isso para assegurar conforto e segurança para os futuros moradores. "O projeto foi elaborado a partir de uma visão de futuro, devido às mudanças climáticas, e de um histórico recorrente de chuvas, levando em conta questões como relevo e a presença do Rio Santa Luzia, que corta a área do empreendimento", afirma o empresário Rudi Bayer.

 

Zoneamento e planejamento urbano do empreendimento incluem diretrizes e regulamentos sobre onde e como a infraestrutura pode ser desenvolvida, considerando as necessidades de macrodrenagem

 

A água é o pivô importante do projeto. Por isso, inicialmente, foi realizada uma análise sobre o impacto do empreendimento no ciclo hidrológico da localidade. A partir desse levantamento, a Geasa planejou como utilizar a implantação do empreendimento para amenizar o problema de escoamento da água das chuvas da cidade, achando uma solução inteligente e sustentável.

 

 

O coração do projeto é um superlago e um parque, que formam a base dessa chamada Infraestrutura Verde. "Na verdade, a macrodrenagem é o conciliamento de soluções superficiais, subterrâneas, verticais e até de elevação mecânica. Agregadas, elas farão uma melhoria final", destaca a engenheira da Verde & Azul Urbanismo, Franciele Figueiredo dos Santos Zaremski.

 

Outro ponto do projeto é a ocupação de uma Área de Preservação Permanente (APP), que margeia o Rio Santa Luzia, para transformação em parque. O projeto prevê a preservação de 100 metros de área da margem do rio, totalizando 200 mil m² de área preservada ao longo de dois quilômetros de extensão.
Formado por um conjunto de estratégias, o projeto também pressupõe sempre a utilização de plantas nativas, pois um dos objetivos dessas soluções é a manutenção a biodiversidade. Lançado em março de 2013, o Reserva Royal está em fase de implantação com obras de terraplanagem de uma área inicial de 400 mil metros quadrados.

 

Aqui estão alguns componentes e aspectos comuns da macrodrenagem:

1. *Canais e Córregos*: Construção e manutenção de canais artificiais ou melhoramento de canais naturais para direcionar a água de maneira eficiente.
2. *Reservatórios de Retenção*: Criação de áreas para armazenamento temporário de grandes volumes de água durante eventos de alta pluviosidade, liberando a água de forma controlada.
3. *Barragens e Diques*: Estruturas para controlar o fluxo de água em rios e córregos, prevenindo inundações em áreas mais baixas.
4. *Bocas de Lobo e Galerias Pluviais*: Sistemas subterrâneos para coleta e transporte de água da chuva.
5. *Bacias de Detenção*: Áreas projetadas para reter temporariamente o excesso de água da chuva, reduzindo o pico de escoamento e minimizando o risco de enchentes.
6. *Sistemas de Bombeamento*: Utilizados em áreas onde a gravidade não é suficiente para mover a água, ajudando a bombear a água para áreas apropriadas de descarte ou armazenamento.

 

A macrodrenagem é essencial para a sustentabilidade e resiliência das áreas urbanas, ajudando a proteger a infraestrutura, propriedades e a saúde pública contra os impactos negativos das inundações. Maior projeto de macrodrenagem será aplicado em Santa Catarina.

 

Fonte: Apoio Comunicação

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