O mundo tem enxergado a iluminação como um dos pontos mais importantes da arquitetura e do design de interiores. Porque?

A relevância da luz natural ou artificial é enorme e hoje há um aprofundamento do conhecimento técnico onde a iluminação pode valorizar um projeto. É através da boa iluminação que valorizamos os espaços, criamos um conceito mais acolhedor, funcional ou cênico e, com isso, também despertamos as emoções para que o homem viva com mais bem-estar em seu espaço.

Quais os produtos ou tecnologia de iluminação que não podem faltar em um bom projeto?

Em primeiro lugar estão os perfis lineares que trouxeram um conceito mais minimalista na forma de iluminar. Ressalto também os sistemas lineares formados por perfis magnéticos super práticos onde podemos usar diversos tipos de módulos de lâmpadas. Na mesma linha minimalista estão os micro spots que iluminam discretamente, a ponto de não se perceber de onde vem o fluxo de luz. Automação por wi-fi com as lâmpadas smart, por exemplo, e produtos que não causam ofuscamento também são essenciais.

Todos os anos a indústria faz inúmeros lançamentos com design diferenciado e muita tecnologia. O que você indica como tendência principal para este ano aqui no Brasil?

São várias tendências. Vejo a volta muito forte de luminárias em tecido. As formadas por conjuntos de peças repetidas ou que se completam, tornando o conjunto uma peça única. Percebo o uso do design biofílico e orgânico, e o uso acentuado da iluminação técnica como fluxo luminoso mais atrativo, alto índice de reprodução de cor e menor consumo de energia elétrica.

Recentemente tivemos a Eurolucce, na Itália, que traz os lançamentos mundiais. Quais peças chamaram sua atenção e porquê?

Eu destaco a linha da Mira com fibras e cizal que tem tudo a ver com o que usamos hoje, trazendo a humanização. A Khori by Alessandro Zambelli que é um exemplo de luminária externa para decorar e não apenas iluminar o jardim. Já temos várias empresas preocupando-se em decorar nossos jardins além de usar só a iluminação técnica. E luminárias de mesa com personalidade como a Pebble table lamp-Lukas Peet. Uma tendência que vai além daqueles abajures maiores e mais tradicionais.

Podemos considerar que os lançamentos em grandes feiras mundiais acabam caindo no gosto do consumidor brasileiro?

Nem sempre, pois cada região é única, tem sua cultura, público e preferências. No Brasil não é diferente. Nem tudo que vemos em feiras se aplica à nossa realidade.

1. Luminárias em tecido, uma das tendências que deve ficar.

2. Peças repetidas e que se agrupam, do Studio Row. Os vidros foscos se sobrepõem e agrupam para criar uma aparência suave.

3. Coleção K?whai, inspirada nas vibrantes e icônicas flores amarelas da árvore K?whai, nativa da Nova Zelândia. O desenho em forma de folhas remete à biofilia e adiciona cor ao espaço mesmo quando as luzes estão apagadas.

4. Abajur da coleção Pebble do designer Lukas Peet: forma simples mas escultural, realçada pela translucidez do vidro soprado.