O bom e velho churrasco é, ao lado da feijoada, um dos pratos mais onipresentes nas mesas brasileiras na hora de reunir os amigos ou a família. Para os proprietários do “La Vaca Steakhouse”, casa inaugurada em Curitiba em 2019, o “churrasquinho de fim de semana” virou projeto de vida: o espaço de 310m² no bairro Alto da XV é totalmente voltado aos bons sabores e boas companhias.

O empreendimento, composto por dois blocos retangulares ligados por um passeio arquitetônico, foi construído em steelframe e levou apenas quatro meses para ficar pronto. “Uma das principais solicitações dos clientes era de que o La Vaca precisava ter duas funções distintas: restaurante e açougue boutique” explica o arquiteto Giuliano Marchiorato, da Giuliano Marchiorato Arquitetos. “Foi a partir dessa premissa que a equipe de projeto se inspirou em dividir o espaço em dois grandes blocos longitudinais, conectados por um corredor iluminado que permite que o transeunte observe os dois setores durante o percurso.”

No bloco direito ficam a sala de jantar e o bar de bebidas, ambos com proposta moderna e minimalista. O concreto aparente da estrutura e os elementos em aço preto ganham a sensação de acolhimento graças a painéis e balcões de madeira louro-freijó (que remetem à madeira das fogueiras). A proposta intimista é assegurada também pelo luminotécnico apurado, que tira partido da iluminação indireta sem prejudicar a claridade necessária à área do restaurante. Luminárias de design local, produzidas pela Dsgn Selo, remetem sutilmente ao “calor das fogueiras” (especialmente as luminárias “favo de mel” do salão principal, projetadas com exclusividade para o espaço), completando a atmosfera ideal para saborear os cortes especiais servidos pela casa.

O bloco esquerdo abriga a cozinha, as instalações sanitárias, a área administrativa e o açougue de carnes especiais, onde os clientes podem escolher as peças que desejarem para assar na hora - na cozinha do próprio restaurante - ou para levar.  O corredor que conecta os dois blocos conta com um mural de azulejos do artista Rômulo Lass, representando a história dos primeiros torrefadores de carnes da América Latina. Para o arquiteto, este “caminho arquitetônico” é o ponto de destaque do projeto, agindo como elemento unificador e destacado pela iluminação natural proporcionada da claraboia de policarbonato que percorre todo o teto, permitindo percorrer os diversos espaços de forma agradável e uniforme. “É como se cada ambiente fizesse o expectador viver uma experiência única, mas, de alguma forma, todos se relacionam através dos materiais, da iluminação natural ou do próprio elemento conector.” afirma Marchiorato.

A implementação do projeto no terreno possibilitou, ainda, a abertura de um “jardim secreto” que só pode ser visto parcialmente da rua. Para acessá-lo, porém, é preciso percorrer o caminho central e “passear os olhos” pelos outros ambientes, escolhendo dentre as várias possibilidades de espaços pensados para saborear as iguarias locais. Uma celebração do churrasco e do design para desfrutar sem culpa. Confira mais imagens em nossa galeria!