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Arquitetura

Escadas sem segredos

Onde: Curitiba • 03 de Outubro - 2022 | Fotos Créditos nas Fotos

Arquitetas orientam como definir o modelo ideal de escadaria para adicionar segurança e estilo aos projetos residenciais

Projeto de Marcos Bertoldi, foto de Leonardo Finotti

As escadas são elementos essenciais para conectar diferentes níveis e transformar ambientes nos quesitos da praticidade e da estética. A infinidade de modelos e materiais disponíveis pode gerar dúvidas na hora de definir a melhor opção de escadaria - algo sério que e deve muito bem planejado. A dupla de arquitetas Danielle Dantas e Paula Passos, do escritório Dantas & Passos Arquitetura, reuniu uma série de dicas para orientar aqueles que estão vivendo esse momento, com dicas que vão desde o desenho e cálculo da altura dos degraus até o resultado final. Confira!


Na fase de planejamento

A avaliação do espaço disponível é o ponto de partida para definir o tamanho e formato da escada ideal. As profissionais ressaltam que as escadas precisam ser bem estudadas desde o início do projeto: é neste momento que se analisa a área onde ela será construída e quais as estruturas e instalações possíveis para garantir a segurança e o conforto ao subir e descer. É também neste momento que o formato da estrutura deve ser definida, de forma a inserí-la de forma harmoniosa em meio à identidade do projeto. “Escadas não devem ser encaradas como elementos soltos em um projeto. Essa decisão precisa ser coerente com a edificação e a arquitetura proposta”, comenta Paula.

 



Acima, o projeto de escada divide ambientes e foi pensado pensado de forma decorativa para adicionar praticidade ao ambiente final | Foto: Maura Mello


Além de acompanhar a identidade do projeto, as escadas também podem ser transformadas em destaque do ambiente. A partir de um design, muito bem pensado e dimensionado, além do uso de acabamentos eleitos com o propósito de enfatizar a estética do conjunto, as escadastambém podem funcionar como divisórias ou organizadoras do espaço, dependendo do local onde serão inseridas.

 



Acima, a elegante escada espiral é o centro das atenções da área social da residência idealizada pelo arquiteto Marcos Bertoldi. Foto: Leonardo Finotti

 

Segurança em primeiro lugar




Acima, os degraus da escadaria externa de madeira receberam acabamento rústico a fim de evitar escorregões dos frequentadores do imóvel de uso comercial e residencial. Projeto de Pedro Haruf. Foto: Dentro Fotografia


Elementos estruturais indispensáveis para unir diferentes níveis de uma construção precisam ser pensados com muito cuidado, principalmente se houver crianças e idosos residindo no imóvel. “É inegável que esse público é mais propenso a acidentes durante a movimentação”, afirma Danielle. Por isso, para o conforto e segurança, as arquitetas recomendam algumas medidas:


• Altura de degraus: mínimo de 16 cm e máximo de 18 cm;
• Largura livre: espaços menores: 85 cm / espaços grandes: 110-120 cm;
• Guarda-corpos: até no máximo 11 cm entre os vãos;
• Corrimão: altura entre 92-95 cm do degrau e mais 30 cm além do final da escada;
• Pisadas consecutivas: variar entre 28-32 cm livre para os pés;
• Profundidade do piso: ideal não ter menos que 28 cm.


Corrimão e guarda-corpos são itens básicos de segurança e devem atender a certos critérios, não apenas de medidas. No caso dos corrimãos, não deve haver interrupções e a forma cilíndrica é a mais recomendada por ser mais fácil de segurar.



Acima: A escadaria com guarda-corpos de ferro fundido apresenta corrimão robusto e distância reduzida entre as colunas para evitar acidentes com moradores idosos ou crianças. Projeto de Arquitetare. Foto: Nando Fischer

No que diz respeito ao guarda-corpos, o vão não deve ser superior ao recomendado como estratégia de evitar que uma criança prenda a cabeça ou as mãos entre os vãos. Outra dica é pensar em colunas, bem distribuídas na escada, como maneira de limitar a presença de grandes vãos e garantir melhor sustentação.

O emprego de peças de acabamentos também é indicado para ajudar na ligação entre degraus e corrimãos. Materiais antiderrapantes, balizadores, luz noturna constante e portões de segurança com sistema de pressão também são boas dicas para para a proteção dos bebês e crianças pequenas. "Em vãos muito grandes, as redes de proteção são muito bem-vindas!”, aconselha Paula.


Formatos: dos tradicionais até os mais modernos


O espaço disponível é determinante para definir o formato da escada, assim como a quantidade de degraus necessários, direção de lances e patamares. Segundo as profissionais, escadas podem ter os seguintes formatos:

• Reto: mais tradicional, sua vantagem é a simplicidade. Podem ter um ou mais lances com patamares intermediários, se for bem comprida. Entretanto, a escada não muda de direção e não tem curvas;




Acima: Escadaria reta no projeto de Dantas e Passos Arquitetura. Foto: Maura Mello

 

• Caracol ou helicoidal: O desenho redondo conta com uma coluna eixo de onde saem os degraus em leque. “É uma opção interessante para ambientes pequenos”, orienta Danielle;


• Em ‘L’: Tem o formato da letra ao mudar de direção com patamar em ângulo de 90 graus, podendo ser executada com degraus triangulares;




Acima, escada em L no projeto de Bender Arquitetura. Foto: Nenad Radovanovic



• ‘Em U’: Com dois lances ligados em direções opostas, pode ser dividida em duas partes para ocupar menos espaço. “É um modelo que se encaixa em diversos espaços, diz Paula;



Acima: Escada em U, com projeto de Dantas & Passos Arquitetura. Foto: Maura Mello



• Círculo: Escada redonda e sem eixo central, os degraus em leque mudam de direção aleatoriamente podendo formar caminhos leves e sinuosos. Ideal para ambientes com linhas orgânicas;


• Suspensão: Não apresenta um desenho exato, mas sim um sistema de fixação dos degraus e patamares que esconde os pontos de apoio, dando a sensação de uma escada ‘flutuante’.





Acima: Escadaria com degraus suspensos e com guarda-corpos aramados, voltados à proteção da moradora e de seus cinco cães de estimação adotados. Projeto: McKimm Architecture. Foto: Divulgação Mckimm

Para os materiais dos degraus as arquitetas Paula e Danielle afirmam que as principais opções são madeira, metal e concreto. “Lembrando que esses materiais também podem ser combinados no projeto e a escada revelar uma mistura entre eles. Os revestimentos aplicados nos degraus exercem muita influência no estilo da escada. Valiosíssimo reafirmar que a pisada dos degraus não deve ser elaborada com materiais escorregadios”, completa Paula. Entre os revestimentos recomendados estão as pedras naturais, com tratamentos mais porosos para evitar escorregões, e as madeiras, na sua forma mais bruta e sem vernizes. É possível também investir na aplicação do porcelanato, aclamado por sua resistência e amplo portfólio de cores e texturas antiderrapantes.

Já os corrimãos podem ser de ferro, madeira, aço inox ou alumínio, enquanto os guarda-corpos podem ser produzidos em vidro temperado, reto ou curvo, para um resutado final mais leve e moderno. Nesse caso, a dupla do escritório Dantas & Passos enfatiza a aquisição do material laminado ou temperado com espessura de aproximadamente 10 mm “De jeito nenhum deve ser considerado o vidro comum”, adverte Paula. Para quem busca por um estilo mais clássico ou rústico, a madeira, o ferro ou o aço inox atendem bem a todos os formatos de escadas.



Pontos de destaque

Muitas vezes as escadas são o elemento de destaque estético do local. Por exemplo, escadas curvas podem ser verdadeiras esculturas com naturalidade, trazendo mais dinamismo ao ambiente. O mármore, por sua vez, concede à estrutura aspectos de requinte e sofisticação.

Os projetos com escadas flutuantes são capazes de criar efeitos visuais impressionantes com degraus casados aliados com efeitos de luz indireta. As metálicas, com viga central e degraus de madeira em balanço, oferecem rapidez na montagem e excelente resultado estético.  

Também vale lembrar que o espaço abaixo das escadas pode ser otimizado e convertido para atender às mais diversas necessidades. “Uma área ociosa embaixo de uma escada pode servir como jardim interno, um pequeno home-office, barzinho com adega ou como espaço de armazenamento de apoio para livros. Em ambientes mais compactos, que precisamos otimizar o uso para melhor aproveitamento geral dos espaços, a área é perfeita para um armário de rouparia ou apoio para organizar malas”, finaliza Danielle.


Confira todas as fotos em nossa galeria e acesse as notícias relacionadas para mais matérias sobre o tema! 

 

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