Entre o sol e a sombra: O que é Arquitetura Bioclimática?
		
					
								Onde: Curitiba   •  28 de Outubro - 2025 | 			
			
 
 			 
			Cada clima, cada paisagem e cada modo de viver pedem uma resposta única.
			Projetar é interpretar o ambiente. É a partir dessa escuta que surge a arquitetura bioclimáticas. Ela parte do entendimento de que o edifício deve responder ao clima e às condições ambientais do local em que se insere. É uma abordagem que considera sol, ventos, umidade, temperatura e topografia desde o início do processo de criação, buscando o equilíbrio entre conforto térmico, eficiência energética e integração com a paisagem.
Inspirada em princípios desenvolvidos desde a década de 60 por pesquisadores como Victor Olgyay, da Universidade de Princeton, um dos pioneiros no estudo da relação entre arquitetura e clima, a arquitetura bioclimática consolidou-se como uma vertente científica da sustentabilidade aplicada ao espaço construído. Hoje, está presente em normativas internacionais de desempenho, certificações ambientais e nas principais universidades do mundo. No Brasil, ela ganha novas camadas de relevância à medida que o mercado imobiliário reconhece o impacto do conforto ambiental na valorização de empreendimentos e na qualidade de vida dos moradores.
Ao contrário de uma arquitetura que corrige desconfortos após a construção, a bioclimática antecipa soluções. Utiliza de sistemas passivos de arquitetura como: ventilação cruzada, sombreamento, inércia térmica e a orientação solar como aliados para reduzir a dependência de climatização artificial. Assim, o edifício passa a trabalhar a favor do clima e não contra ele.

Essa visão não se restringe a regiões específicas. No Brasil, um país de dimensões continentais, cada território traz desafios e oportunidades próprios. Em projetos realizados no Sul e no Norte, como no residencial Forma 32 em Palmas (TO), o Estúdio Convexo aplica os mesmos princípios de observação e adaptação: compreender o comportamento do sol e dos ventos, integrar vegetação ao edifício e transformar condições ambientais em conforto.
Mais do que uma tendência, a arquitetura bioclimática é um compromisso com o futuro. Ela propõe uma forma de projetar que devolve à cidade espaços mais saudáveis e resilientes, ao mesmo tempo em que educa o olhar do mercado imobiliário para o valor intangível de ambientes que respiram junto com a natureza.
Em nossas próximas colunas, desdobraremos o tema em abordagens específicas, como aplicabilidade, desempenho técnico e percepção de valor contribuindo para formar um público mais consciente e preparado para investir e construir de forma inteligente.
Sobre os autores
Paula Morais é arquiteta, especialista em Arquitetura Bioclimática e Meio Ambiente pela Universidad Politécnica de Madrid.
Rogerio Shibata é arquiteto, mestre em Sustentabilidade e especialista em Construções Sustentáveis pela UTFPR.
Juntos, lideram o Estúdio Convexo Arquitetura, com sede em Curitiba e atuação nacional em projetos orientados por desempenho climático, inovação e sensibilidade ambiental.
Saiba mais em www.estudioconvexo.com 
Siga @estudio.convexo
