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Como é essa casa?

Rosicler Ribeiro de Campos Onde: Curitiba • 06 de Novembro - 2018 | Fotos Divulgação

Desde a casinha do morador de rua, à casa de um casal que fabrica doces, as formas de morar são variadas

Eu adoro conhecer casas por dentro. E quando digo casa me refiro a moradia.

Moradia pode ser loft, apartamento, mansão, casinha e até outras formas que as pessoas encontram de morar.

Um exemplo? Numa ruazinha que sai no começo da Visconde de Guarapuava, em Curitiba, há um morador, reconhecido como um igual por seus vizinhos. É um morador de rua. Construiu sua “casa” com o que encontrou por aí, descartado pelas pessoas. Observo-o sempre. É comunicativo, disposto, alegre. Habita um espaço de 2 metros talvez e altura que lhe permite ficar apenas agachado. De fora percebe-se que tem colchão, uns caixotes empilhados, coloridos. Por fora a fachada de seu lar é “revestida” com papelão, compensado e coberta com plástico azul. Na entrada há uma cortininha pendurada que define o limite entre o privado e o público. Se passar por ali, o convido a deter-se por um minutinho ou dois. A “casa” tem personalidade. Tudo foi disposto caprichosamente. É um lar.

Outro dia fui buscar uma encomenda. A casa parecia ter sido construída nos anos 70 e mantinha-se bem conservada. Um monte de areia depositado na calçada sinalizava que algo estava sendo reformado.  Fui atendida pelo marido da confeiteira. Eles formam um par jovem que fabrica doces e bolos artesanais deliciosos (@delicesdesucre). A sala de jantar (pena que não fotografei pois achei que seria muito invasivo) é única. Tem um conjunto de estofados daqueles muito antigos,  estilo rococó, madeira maciça esculpida e assentos forrados com veludo. Deve ter sido herdado. Mesa de centro de vidro, moderninha. Muitas plantas penduradas, saudáveis e verdejantes. E, pasmem, móveis de demolição nas mesas laterais e aparadores. Tudo misturado e harmonioso. O “peso” estético dos sofás simplesmente diluiu-se entre os outros elementos. O mais bacana é que fiquei imaginando que a maioria daquelas peças havia sido herdada e trazia a marca da família, assim como a história do sofá da bisa, a mesinha da irmã que foi morar fora, plantas da mãe...

Como na Casa Sul a gente acaba encontrando no dia a dia só casas com cara de capa de revista, lindas, é sempre muito estimulante ver a vida como ela é. E quantas são as formas de morar, todas elas válidas e possíveis. E dignas.

Por isso se quiser me convidar para conhecer sua casa, aceito com prazer.

E se preferir me contar como ela é, melhor ainda.

P.S. : Após escrever minha coluna, entrei em contato com Ana Paula Ana Steinsack e seu marido, o chef John Lee Justino. Repassei o texto e perguntei se nos autorizariam a publicar fotos de sua casa. Além de concordar e fazer as fotos que você vê aqui Ana passou este recado doce como seus doces:
“Nossa, ficamos lisonjeados. Realmente algumas de nossas peças são heranças de família, algumas reformamos, outras mantivemos no original. Outras ainda foram garimpadas em viagens e/ou antiquários. E assim nessa “mistura” de memórias e estilos montamos a nossa casa, com a nossa cara. Ah, e sim, herdei o gosto pelas plantas de minha mãe e minha avó, muitas mudinhas são compartilhadas entre nós. Fique à vontade para contar a história e fotografar caso queira ilustrar sua coluna, é só me ligar que combinamos.
Obrigada pelas palavras gentis, tornou meu dia mais leve. Bom dia!”

Vou adorar!

 

 

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