Casa na chácara
Onde: Irati • 14 de Maio - 2020 | Fotos Eduardo MacariosAraucárias nativas e madeira de pinho do antigo moinho de trigo da família transformaram a casa de chácara de 350 m² em um refúgio contemplativo
Estar envolto pela natureza é uma necessidade humana primordial. Os sons reconfortantes da mata, tão diferentes da cacofonia urbana, vibram em uma frequência capaz de recarregar energias e dissipar preocupações. Uma casa na chácara, mais que um espaço de descompressão, é um refúgio.
A Chácara do Pinho, em Irati, interior do Paraná, encantou os arquitetos Natalia Canalli e Fernando Antonio Canalli, do escritório Canalli Arquitetura desde a primeira visita: “Chegando na chácara nos deparamos com uma paisagem exuberante, um lindo lago e uma floresta densa com muitas araucárias nativas. É um local de muitas memórias afetivas da família e muito bem preservado, ideal para comungar arquitetura, memória, ânimo e natureza em um círculo contínuo”, relembra Fernando.
Para compor o refúgio familiar de 350 m², os arquitetos apostaram no uso da madeira e de materiais naturais que se mimetizam com a paisagem, sem provocar ruídos visuais, e no aproveitamento total da luz solar. “Nosso primeiro encontro foi no centro da cidade de Irati, no moinho de trigo tradicional, negócio da família dos clientes. Foi quando eles relataram que tirariam toda a madeira de pinho dos assoalhos e as vigas dos pisos do moinho para modernizar a produção, e que essa madeira, décadas antes, fora extraída da chácara onde a futura casa seria construída. Então sugerimos utilizar toda a madeira que seria retirada do moinho para construir a casa, de modo que o pinho, que saiu da chácara do Pinho para virar o moinho da família, agora retornaria como moradia para seu local de origem. O conceito foi aceito na hora”, explica Fernando.
A casa com arquitetura modernista recebeu vigas de madeira com modulação repetida, criando movimento e emoldurando as amplas aberturas que privilegiam a entrada de luz natural. A decoração é composta por armários feitos com o pinho retirado do moinho da família e por objetos trazidos pelo casal de suas viagens pelo mundo. “Tudo é muito integrado e fluído, o que gera uma sensação de amplitude, conforto, alegria e paz”, sintetiza o arquiteto.
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