Começamos 2020 acelerados, ansiosos pela nova década, nos dividindo em um tempo e mil tarefas e de repente fomos surpreendidos pelo inesperado, por um novo momento tão distante de nossas vidas, mas que simplesmente se tornou nossa nova forma de viver.

Este nosso novo presente nos fez reaprender a viver o agora, a aproveitar cada momento e a respirar. Algo que já ouvíamos falar mas que simplesmente estava muito longe de nós.

Tendências como o slow living (o viver com menos) e o hygge (aconchego, bem-estar e satisfação) já eram vistos como queridinhos no design de interiores e na arquitetura. Víamos esses estilos cada vez aplicáveis em projetos e cada vez mais desejados.

Simplesmente da noite para o dia eles tiveram que deixar de serem desejados e passaram a ser possíveis, ou melhor, necessários para nosso novo tempo presente. Viver o presente, sem poder planejar de fato o amanhã nos obrigou a cultivar novos hábitos, a tentar viver no flow ou fluxo. Foi preciso, foi necessário, pois do contrário os níveis de ansiedade e stress tomariam conta.

E a beleza de tudo isso, de se viver no fluxo, ou a nova denominação do ócio: o Niksen, que surgiu na Holanda significando “fazer nada” não é novo, o Taoismo* já falava sobre isso, sobre se viver no fluxo, integrado a natureza e se deixar fluir, levar.

Fica a reflexão de estarmos sempre reaprendendo e relembrando filosofias que já buscavam nos ensinar sobre viver o agora de forma mais simples. A lição que fica é: quando tudo isso passar, nosso aprendizado permanecerá?

*“O Taoismo, também chamado Daoismo, uma tradição filosófica e religiosa originária do Leste Asiático enfatiza a vida em harmonia com o Tao. O termo chinês "Tao" significa "caminho", "via" ou "princípio”