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Entrevista com Fábio Marx

Onde: Curitiba • 26 de Maio - 2021 | Fotos Divulgação

Conheça a história de Fábio Marx: a mente por trás da "arquiteta" Sheyla Christina, fenômeno no Instagram

"Em um mundo onde a beleza externa conta mais que tudo tive que me especializar em interiores pra me decorar de dentro pra fora. Percebi que os bens materiais não eram sinônimo de nada, exceto poder. Hoje vejo que tudo faz parte de um grande teste da vida, que felizmente eu gabaritei pois sou bonita por dentro e por fora, tenho poder mas sou humilde, sou milionária mas sou filantrópica e o melhor de tudo: sou um exemplo pra toda uma nação e carrego grandes responsabilidades nas costas."

A frase acima é uma das muitas "pérolas de sabedoria" de Sheyla Christina: arquiteta, inspiração, história de sucesso e exemplo do humor genial do designer Fábio Marx - a pessoa real por trás da personagem que faz sucesso nas redes sociais. Cuiabano, radicado em Curitiba, aos 26 anos Fábio é um dos nomes à frente da Ohma Design: marca voltada à arquitetura e transformação de ideias em obras de arte. Em entrevista à Casa Sul ele falou mais sobre sua história de vida e sobre a criação do alter-ego Sheyla.

CS: Fale um pouco sobre você: onde nasceu, quais foram suas experiências ao crescer? Já tinha essa veia artística desde pequeno?

Eu sou Fábio Marx, tenho 26 anos, sou Cuiabano, fui criado pelos meus avós e sempre gostei de teatro, cinema, dança, mesmo não tendo grandes influências dentro de casa. Meu avô tinha uma câmera daquelas antigas e eu adorava pegar, gravar qualquer coisa, me assistir na TV e depois gravar de novo e ver de novo. Acho que essa era minha brincadeira preferida. Além de sempre participar de apresentações de dança, teatro e seja lá o que for na escola, sempre gostei de ter os holofotes voltados pra mim desde criança.

 

CS: Qual sua formação profissional? Por que decidiu fazer seu curso, o que mais gosta na profissão e o que mais odeia?

Eu comecei a fazer arquitetura mas, por falta de suporte financeiro, acabei trancando. Vim pra Curitiba e aqui me formei em Design de Interiores na Unicuritiba. Eu amo o fato de poder criar coisas novas, trabalhar todos os dias minha criatividade com pessoas diferentes e situações diferentes. Mas odeio que Curitiba ainda seja uma cidade um pouco mais tradicional e os clientes tenham medo de ousar nas cores, nas texturas e nas ideias.

 


CS: Como surgiu a personagem Sheyla Christina?

Eu sempre gostei de fazer vídeos, inclusive já tive um canal no youtube em 2015 que deu muito certo, tinha mais de 4k inscritos na época e eu gostava muito de criar conteúdo pra plataforma. Mas por conta da profissão eu tive que parar. Durante a pandemia me vi em um ócio criativo e precisava fazer outras coisas além de projetar, cuidar de obra e de toda a rotina do escritório. Foi aí que comecei a fazer alguns vídeos simples, dublando áudios do tiktok, a coisa foi crescendo as pessoas gostando, me perguntando um nome e através disso criei uma enquete que foi pra votação e junto com meus seguidores da época criamos a Sheyla, que hoje faz parte da minha vida e do meu trabalho.

 

CS- Você se inspirou em alguém - ou na personalidade de várias pessoas - para criá-la?

A maior inspiração da Sheyla foram ex-chefes e colegas de trabalho que eu havia conhecido ao longo da minha carreira. Foi uma forma de denúncia a muitos profissionais que se apresentam como arquitetos sem ao menos ter um diploma, pessoas que dizem ser acessíveis e inclusivas mas não respeitam as NBRs da vida. Mas a Sheyla foi tomando uma proporção maior e hoje as minhas inspirações vão além da denuncia e passam a ser até mesmo uma homenagem a tantas mulheres fortes e determinadas que passaram pelo meu caminho.

 

 

CS- Como a personagem foi recebida pelo público e pelos colegas de profissão?

Esse era meu maior medo: ser julgado. Não é fácil ser homossexual, preto e colocar uma peruca na cabeça pra fazer humor - ainda mais no meio da arquitetura. Mas muita gente me abraçou e meus amigos foram meus primeiros fãs, sem eles eu não teria levado isso adiante. Sinto que faço parte de um movimento dentro da arquitetura e do design de interiores pra deixar as coisas na nossa profissão mais leves, em momentos como os que enfrentamos agora nada melhor que isso pra preservar nossa saúde mental.

 

CS- Você imaginava que iria alcançar tantas pessoas quando criou a personagem?


Eu sempre quis trabalhar com isso, gosto de ser visto, criar experiências audiovisuais e sinto que tenho muito pra compartilhar com o mundo. Mas não sabia como, quando e nem onde isso iria acontecer. Eu estava esperando o meu momento, aprendendo, me preparando pra que, quando acontecesse, eu estivesse preparado. Sinto que, aos poucos, estamos crescendo e isso é bom para manter meus pés no chão e ter um desenvolvimento da personagem muito mais maduro e relevante.

 

CS- Quais os próximos planos de Sheyla para o futuro? E os do Fábio?


Eu sempre tive como maior sonho ter meu próprio programa de entrevistas, não sei se na TV ou em alguma plataforma virtual ou de streaming. Pretendo criar produtos pra venda que sejam a cara de Sheyla também e fazer meu escritório, a OHMA, ganhar cada vez mais notoriedade no mercado da arquitetura e do design. Tenho muitos planos, muitos sonhos, sou um jovem que sabe que ainda vai passar por muitas coisas na vida... mas vou dando um passo de cada vez e aproveitando as oportunidades que a vida me dá.

 

Siga Fábio Marx no Instagram: @Fabiomarxx

Conheça mais sobre o trabalho do designer: @ohmadesign (instagram) ou www.ohma.design (site)