Jardim pet friendly
Onde: Curitiba • 16 de Novembro - 2022 | Fotos DivulgaçãoDicas para cultivar espaços que não oferecem riscos aos nossos amigos de quatro patas
Há inúmeros benefícios em manter um jardim bem-cuidado: além de serem um hobby para muitas pessoas, as plantas ajudam a relaxar, estimulam a criatividade e melhoram o ar do ambiente. Entretanto, com a presença de animais de estimação, a manutenção de um jardim é uma tarefa que requer muita atenção e planejamento, sendo necessário considerar que os pets naturalmente sentirão o desejo de explorar o espaço.
Plantas: pode ou não pode?
Conforme explica a mestre em Medicina Veterinária Preventiva e professora do curso de Medicina Veterinária da Universidade Positivo (UP), Maysa Pellizzaro, é necessário priorizar plantas que não sejam tóxicas para os animais. “Plantas como azaleia, jiboia, orelha-de-elefante, comigo-ninguém-pode, costela-de-adão, flor-da-fortuna, espada-de-são-jorge, hortênsia e lírio, que são muito comuns no Brasil, podem causar quadros de intoxicação aguda nos animais, com acometimento de fígado, rins e outros órgãos, podendo até ser fatal, dependendo da quantidade, do tipo e da suscetibilidade individual do pet”, alerta.
Em contrapartida às plantas tóxicas, Maysa relata que diversas plantas e ervas, se consumidas, não causarão um quadro de intoxicação nos pets. Alguns bons exemplos são o manjericão, salsinha, coentro, canela, erva-cidreira, sálvia, alecrim, abobrinha, bananeira, pepino, abóbora, melão, melancia e manga. “Algumas plantas ornamentais também podem ser incluídas no jardim sem riscos de causar danos à saúde dos animais. Violeta, peperômia, bambu, samambaia, orquídea, camélia e suculentas são alguns exemplos.”
Acima: Jardins pet friendly do empreendimento Mayfair, do Grupo A.Yoshii
Além de eliminar plantas tóxicas aos animais, é importante considerar que os pets necessitam de atividades estimulantes a fim de evitar que cavem buracos ou destruam as plantas ornamentais. “Colocar alguma espécie de alimento para que possam mastigar, como graminhas de milho ou alpiste, e oferecer brinquedos recheados de alimento ou que possam arranhar e escalar são soluções interessantes para distraí-los das plantas. Outra dica é utilizar grãos tratados de vermiculita na adubagem, pois, além de deixar as plantas úmidas por mais tempo, agem como repelente natural por ter cheiro que lembra citronela, e não faz mal para os bichinhos”, recomenda a arquiteta do Grupo A.Yoshii, Lorena Santos.
E o gramado?
Outro ponto essencial para o cultivo de um jardim em locais onde há a presença de pets é a escolha do gramado, que precisa ser resistente para acompanhar o ritmo deles sem sofrer tanto desgaste. Lorena recomenda a grama-são-carlos e a esmeralda, que são espécies mais resistentes ao pisoteio do que as outras, mas que não são livres de deterioração. “É preciso saber que nenhuma grama é forte o suficiente para aguentar a urina ácida e as caminhadas diárias dos animais, por isso, vale a pena apostar em espaços além do gramado e que sejam fáceis de limpar, como uma área de piso porcelanato.”
Jardins pet friendly do empreendimento Mayfair, do Grupo A.Yoshii
A arquiteta também ressalta que são necessárias algumas adaptações na decoração do ambiente para evitar acidentes. “Enfeites de vidros, objetos pontiagudos e produtos de limpeza devem estar fora do alcance dos animais. Recomenda-se o uso das redes de proteção, portões, grades e muros, a fim de evitar as quedas e fuga”, aponta a arquiteta, lembrando que mobiliários como lareiras, aquecedores e fogões precisam de proteção para impedir que os pets se aproximem.
Além disso, é importante manter as latas de lixo fora do alcance deles, pois podem conter produtos químicos e objetos pontiagudos e cortantes. Maysa lembra ainda que é preciso pensar na altura de portões e muros, principalmente por conta dos gatos, que são capazes de saltar alturas consideráveis.
Decoração e Segurança
A médica-veterinária destaca que, ao decorar o jardim, deve-se considerar também o bem-estar dos pets, visto que a maior parte das questões emocionais que os envolve se relacionam com o cuidado e atenção recebidos, além da rotina estabelecida no ambiente em que vivem. Na decoração nas alturas para os gatos, Lorena recomenda o uso de nichos e prateleiras, além do uso de tecidos sintéticos que imitam camurça e couro, que são ótimas opções para utilizar nos mobiliários por serem materiais fáceis de limpar e por oferecerem a possibilidade de tonalidades da cor da pelagem do animal, disfarçando os pelos que ficam soltos.
“Para os gatos, aspectos de decoração relacionados a espaços nas alturas que eles possam acessar são benéficos na expressão do comportamento natural, tornando-se bastante atrativo aos felinos. Os cães se beneficiam da sombra e do sensorial que algumas plantas promovem quando eles interagem, sendo outro ponto de importância na escolha das plantas corretas para o espaço”, finaliza.