Como usar pedra São Tomé como revestimento de piso
Onde: • 08 de Outubro - 2025 | Fotos Ana Helena LimaUm roteiro do que é preciso saber antes de escolher rochas naturais para o piso da sala — e em que tipo de decoração elas funcionam melhor.
Usar pedra natural na sala ainda desperta dúvidas entre quem associa o material a varandas e áreas externas. Mas, aplicada com técnica e planejamento, ela pode se tornar o elemento central de um projeto contemporâneo — valorizando textura, frescor e autenticidade.
Neste apartamento de 333 m² na Vila Madalena, em São Paulo, a área social foi revestida com pedra bruta em paginação orgânica e rejuntes largos, criando um visual expressivo e natural. A irregularidade proposital das juntas e a tonalidade clara da rocha reforçam a identidade descontraída dos ambientes – área gourmet, living, sala de jantar, lavabo e home theater, em um bem-vindo contraste com os móveis de linhas retas e a iluminação quente. Um resultado que reflete o desejo dos moradores por um estilo mais natural e despretensioso no projeto assinado pela equipe da Labra Arquitetura.
Antes de optar por esse tipo de material, é importante entender suas particularidades. As pedras brutas e porosas, como quartzitos e arenitos, exigem impermeabilização dupla — primeiro antes da instalação, para evitar manchas e absorção de argamassa, e depois do rejuntamento, criando uma película protetora invisível. Essa etapa é essencial para garantir durabilidade e facilitar a manutenção.
A instalação também requer atenção: por serem irregulares, as pedras devem ser aplicadas sobre base bem nivelada e com argamassa própria para rochas naturais. Os rejuntes largos, que fazem parte do efeito estético, devem ser bem compactados e finalizados com rejunte cimentício ou polimérico, prevenindo fissuras e infiltrações.
Outro ponto a considerar é o comportamento térmico. As pedras naturais são frias ao toque, o que pode ser ideal em regiões de clima quente, mas pede equilíbrio quando aplicadas em locais mais amenos. Nesse caso, combinar o piso mineral com madeiras, tapetes ou tecidos naturais ajuda a criar uma transição visual e sensorial equilibrada.
No projeto, o contraste entre a pedra na área social, a madeira na parte íntima e o porcelanato nas áreas molhadas define uma hierarquia visual clara entre os ambientes. Essa alternância de materiais reforça a coerência estética e evidencia o papel da pedra como um elemento de expressão, e não apenas de acabamento.
As pedras brutas podem funcionar bem em decorações contemporâneas, tropicais ou de estética naturalista, onde a textura e a irregularidade são valorizadas como parte do conceito. Com impermeabilização adequada e instalação cuidadosa, o resultado é resistente, original e de longa durabilidade — um investimento técnico e estético para quem busca autenticidade no uso dos materiais.
Arquitetura: Labra Arquitetura — Camila Sue e Lorenza Lamoglie