A impressão 3D na construção funciona como uma grande impressora que ergue as paredes camada por camada. Um desenho digital orienta o equipamento, que deposita um ‘creme’ de concreto especial até formar as paredes. Isso pode acontecer direto no terreno ou em fábrica, com as peças sendo levadas depois para a obra. Em seguida entram as etapas tradicionais: cobertura, portas e janelas, instalações e acabamentos. O ganho está no ritmo: como as paredes surgem rapidamente e com pouca sobra de material, o cronograma encurta.

No Brasil, a tecnologia já aparece em frentes com foco social, voltada para pessoas de baixa renda. Um dos exemplos está em Santa Cruz Cabrália (BA), onde uma casa de 57 m² (fotos) foi produzida na fábrica: as peças foram impressas, transportadas e montadas no terreno.

O ciclo divulgado foi de oito dias até a obra ficar habitável, somando impressão, montagem e acabamentos. Em São Simão (SP), no Assentamento Mário Covas, oito casas foram entregues em março de 2025 em um programa piloto que testou soluções industrializadas, com a impressão 3D entre as avaliadas. Em ambos os casos, a meta foi substituir moradias improvisadas por casas seguras, com mais qualidade e rapidez.

Fora do Brasil, os Estados Unidos concentram os projetos mais visíveis, com comunidades planejadas que utilizam paredes impressas em 3D e seguem as regras locais de construção. Nesses projetos, a impressão das paredes costuma levar de alguns dias a poucas semanas, dependendo do tamanho. Depois, o cronograma avança com as etapas tradicionais até a entrega das chaves — ainda mais rápido do que em obras convencionais.

“A impressão 3D não é apenas inovação tecnológica, mas uma ferramenta concreta para reduzir o déficit habitacional, gerar rapidez na construção e proporcionar moradias dignas a famílias que viviam em condições precárias.” Afirma Frederico Castanheira, engenheiro especialista em gerenciamento de projetos.

O mesmo cuidado que se aplica na construção civil tradicional também deve ser aplicado aqui: o sistema precisa estar enquadrado nas normas técnicas que e passar pelas aprovações dos órgãos competentes. Ao contratar, deve-se confirmar se a empresa apresenta essa documentação e se o projeto considera prazos reais para ligações de água e energia.

Em resumo: quando planejada com responsabilidade e dentro das normas, a impressão 3D é uma aliada para levar moradia de qualidade a quem mais precisa, com obras mais rápidas, menos desperdício e prazos mais claros. Os pilotos no Brasil mostram que a porta está aberta; o próximo passo é transformar testes em entregas permanentes, com escala, transparência e foco nas pessoas.