Arquitetura

Armazém de antigamente

Onde: • 17 de Outubro - 2024 | Fotos Manuel Sá

A restauração da arquitetura histórica fez do imóvel anexo a uma casa colonial um novo ponto de comércio

O Armazém da Onça é um espaço de comércio e serviço de 161m² localizado na pequena cidade de Onça do Pitangui, em Minas Gerais. Ele oferece produtos oriundos de agroflorestas e artesanato de pequenos produtores da região, além de funcionar como quitanda e servir como ponto de café para moradores e turistas.

 

 

O projeto ocupa uma pequena edificação dos primeiros anos do século XX. A construção, anexa a uma casa colonial, possui dois pavimentos: o térreo, que fica ligeiramente acima do nível da rua, e um subsolo que se adapta ao desnível do terreno. O imóvel está situado à direita de seu lote, na entrada da cidade, logo antes da praça da prefeitura.

 

 

O projeto é assinado pelos profissionais do Estúdio Pedro Haruf que trabalharam em três frentes distintas: a restauração dos elementos originais, a ampliação da arquitetura e o design de interiores.

 

 

“Começamos pela valorização da arquitetura histórica, demolindo um forro de PVC para revelar as tesouras e o telhado colonial. Descascamos as paredes para destacar o tijolo maciço utilizado na construção e recuperamos todo o madeiramento, incluindo esquadrias, assoalho e tesouras”, explica o arquiteto Pedro Haruf. “Nas fachadas frontal e posterior, restauramos os adornos originais, reabrimos esquadrias que haviam sido tamponadas e recuperamos a pintura utilizando técnicas tradicionais de caiamento”, enfatiza.

 

 

Outro movimento aplicado no Armazém da Onça foi o de criar uma arquitetura que funcionasse como uma espécie de pedestal para a construção existente, uma arquitetura discreta que se apresenta como um espaço vazio ao nível do térreo. No subsolo, estão localizados os espaços administrativos e banheiros de acesso ao público. A escada também leva ao terreno natural, onde a proposta é realizar eventos comunitários.

 

Para acessar o pátio e, consequentemente, o subsolo, foram modificadas a fachada lateral da construção, transformando janelas em portas e reproduzindo nela os padrões de rodapé e roda-teto das fachadas frontal e posterior.

 

 

“Para o interior da loja, projetamos um grande móvel central que organiza a circulação do espaço, funcionando como caixa, espaço para balcões refrigerados e mostruário dos produtos da agrofloresta”, explica Pedro.

 

 

De um lado, uma grande bancada revestida de azulejos e um móvel de marcenaria em madeira maciça complementam as funções de café do estabelecimento, com espaço para cafeteira, pia e armazenamento de itens tanto para venda quanto para uso, como copos, pratos e afins.

 

Mais um exemplo de que ao recuperar imóveis históricos, mesmo os mais simples, a arquitetura resgata e preserva a história e cultura de nosso país.

 

Serviço

 

Estúdio Pedro Haruf
www.pedroharuf.com
@estudiopedroharuf