Arquitetura

Apartamento sem paredes

Onde: Curitiba • 09 de Outubro - 2020 | Fotos Guilherme Pucci

Integração total dá o tom do apartamento residencial de 72m² na capital paulista

O casal de São José dos Campos (SP) precisava de um endereço para passar parte da semana em São Paulo por conta de suas atividades profissionais, razão pela qual contratou a arquiteta Julia Guadix à frente do escritório Liv'n Arquitetura. "Como estar em São Paulo é uma constante para eles, o apartamento precisava trazer ares de lar, mas com a praticidade que a dinâmica da vida em São Paulo nos pede", relembra Júlia. Com um olhar a curto e médio prazo, pois no futuro a ideia dos proprietários era manter o imóvel voltado para locação, o projeto investiu na valorização da área disponível por meio de ambientes amplos e espaço de armazenamento otimizado.

Dentro do contexto de integração, o dormitório tornou-se um dos destaques: a possibilidade de fechá-lo, quando necessário, e a posição privilegiada da cama em frente à janela com vista do 19ª andar para o skyline paulistano, faz do cômodo o centro das atenções. Na planta original, o apartamento foi entregue sem divisórias. Por isso, o projeto comandado por Júlia não precisou do tradicional quebra-quebra para a integração.

Para realizar o desejo dos moradores de conectar parcialmente o quarto e área social, a arquiteta apostou em portas corrediças entre o quarto e a sala. Esse foi, sem dúvidas, o maior desafio dentro do quesito orçamento: "Levou um tempo até chegarmos nessa solução que coube no bolso e nos agradou (muito!) esteticamente. Nossa preocupação era fazer uma divisória durável, com um visual bacana e uma ótima relação custo x benefício", detalha Júlia. Nas costas da cabeceira da cama, o painel de aço perfurado mantém a privacidade e 'conversa' com o concreto aparente presente no apartamento. De quebra, a solução ainda deu espaço para um home office completovoltado aos momentos em que o casal precisa trabalhar em casa.

No projeto de arquitetura de interiores, Júlia investiu em uma base com tons de cinza e nude para as peças, incluindo o padrão da marcenaria, garantindo assim um décor monocromático. A opção permitiu que a arquiteta trouxesse a tranquilidade e beleza do azul presente no tapete da sala de estar, nas almofadas, bem como o colorido dos quadros apoiados no entorno do cômodo. "Acredito que assim o projeto fica mais atemporal. Para a escolha das cores, eu vejo com os clientes quais são as cores preferidas e não escondo minha preferência pelos tons de azul", brinca.

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